Com estas trinta “crĂ´nicas do tempo da morte do tempo”, como indica o subtĂtulo da obra, o paulistano entra no time de autores que buscou algum sentido no caos gerado pela pandemia, um dos perĂodos recentes mais duros da HistĂłria. O Brasil, segundo paĂs com o maior nĂşmero de mortos, sofreu com mais um agravante: as atitudes e falas inacreditáveis do governo diante das muitas perdas diárias. Em um plano mais pessoal, o autor — que assina uma coluna na UOL e publicou, entre outros livros, Romance: histĂłria de uma ideia (2021), A ocupação (2019) e A resistĂŞncia (2015) — se vale da companhia de nomes como Virginia Woolf, Drummond, Natalia Ginzburg e Clarice Lispector para tentar compreender as condições adversas, como sensações conflitantes e o vazio. O conjunto, no entanto, tem espaço para um pouco de esperança: reflexões sobre o que pode ser construĂdo, ou reconstruĂdo, a partir das difĂceis experiĂŞncias vividas tambĂ©m marcam os textos.